“...Aqui toda a vida se engalana
De beleza tropical,
Nossos lagos, nossos rios,
Nossas matas, tudo enfim”
Esse trecho despreendido da última estrofe do (belíssimo) “Hino de Rondônia, sempre foi para mim, e acredito que para tantos outros rondonienses, motivo de orgulho. Só que com o passar do tempo e com o crescimento descontrolado da agropecuária e da exploração extrativista, receio que muito em breve teremos que acrescentar uma outra estrofe nesse tão bucólico e épico hino.
O IBGE divulgou no dia 25 deste mês, que Rondônia tem o maior percentual de área desmatada em relação ao seu território (28,5%). Cita o relatório que “...Até 1978, o percentual sequer chegava a 2%. No geral, as principais causas do desmatamento na Amazônia e, mais especificamente em Rondônia, são o aumento da população, em função da migração estimulada pelo governo; o crescimento da indústria madeireira, aliado à ampliação do número de estradas e rodovias; e as queimadas, que são feitas para o desenvolvimento da pecuária e da agricultura”, cita a matéria.
Nada contra o crescimento econômico. Que fique bem claro. Mas acredito que a exploração dos produtos naturais deve ter controle e conscientização de quem pratica. É preciso pensar no amanhã; desmatar, mas reflorestar; preservar as reservas naturais.
É comum para quem anda pelas estradas do nosso estado, ver o grande número de animais silvestres mortos no meio do caminho. Os pobres bichos tentam fugir das queimadas, alagações ou de seus predadores e acabam ficando pelas estradas.
Os motoristas, inconscientes, acabam por atropelá-los!
Há lugares por onde ando hoje, os mesmos que andava no mínimo há 10 anos, e vejo com tristeza a prática de abusos com a natureza. Margens de rios devastadas para dar lugar ao pasto. Até as crianças do ensino básico hoje sabem que não se pode destruir a mata ciliar.
É o início do fim! Vários artigos científicos e matérias jornalísticas já tentaram e ainda tentam chamar a atenção para a devastação da natureza.
Lamento que meu filho, e tantas outras pessoas amantes da natureza não poderão conhecer os locais que um dia apreciei.
Pensando bem, acho que num futuro bem próximo não teremos apenas que acrescentar uma nove estrofe, mas sim mudar todo o hino de Rondônia no que tange as rimas que os autores citaram quanto os esplendores da nossa natureza.
Vale relembrar o hino:
1. Quando nosso céu se faz moldura,
Nós, os bandeirantes de Rondônia
Nos orgulhamosDe tanta beleza.
2. Como sentinelas avançadas,
Somos destemidos pioneiros,
Que nestas paragens do poente
Gritam com força:
Somos brasileiros!
3. Nesta fronteira de nossa pátria,
Rondônia trabalha febrilmente,
Nas oficinas e nas escolas,
A orquestração que empolga toda gente.
Braços e mentes forjam, cantando,
A apoteose deste rincão,
Que com orgulho exaltaremos,
Enquanto nos palpita o coração.
4. Azul, nosso céu é sempre azul,
Que Deus o mantenha sem rival,
Cristalino, muito puro,
E o conserve sempre assim.
Aqui toda a vida se engalana
De beleza tropical,
Nossos lagos, nossos rios,
Nossas matas, tudo enfim.
Música: José de Mello e Silva
Letra: Joaquim de Araújo Lima
2 Comments:
bom comeco
By Anonymous, at 2:42 PM
Sim, provavelmente por isso e
By Anonymous, at 5:16 PM
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