Sobre nossa cegueira urbana
No mundo de hoje, todos nós vivemos em constante tensão. A síndrome do medo está tomando conta do cidadão comum no país. Temos medo de andar nas ruas, temos medo de levar nossas crianças ao parque, de sair somente para dar uma voltinha de carro, temos medo de estar trancados em casa, de estar em locais públicos naquele tradicional bate-papo com amigos, ir aos bancos, enfim, medo geral. Quem não tem?
O pior é que muitas vezes, de tão perturbados que ficamos com o stress do nosso dia-a-dia, acabamos por não valorizar pequenas coisas da vida. Ficamos cegos! Vemos, porém não reparamos no que de melhor a vida nos proporciona.
Lembrei-me então do romance de José Saramago, “Ensaio Sobre a Cegueira”. O romance conta a história de pessoas que vivem em uma cidade e aos poucos, tal qual uma endemia, as pessoas vão ficando cegas. A cidade se transforma em um caos. No meio da rua, cruzando semáforos, realizando suas atividades comuns, todos vão cegando.
Os cegos são execrados e enviados para um tipo de asilo. Lá, ficam à mercê da própria sorte. Têm que se virar, tentar pegar sua comida, fazer suas necessidades, localizar seus parentes que também estão cegos, porém perdidos no meio de tantos, uma verdadeira calamidade: pessoas morrem de fome ou esmagadas, dormem no meio de fezes e urina, etc.
Durante todo o livro, as mensagens estão claras através da vivência de cada um que cega. Eles começam a valorizar pequenas coisas da vida que antes não viam. Valorizam a atenção, o amor do próximo, a união, a família, a divisão das coisas, pois se sentem pequenos e discriminados.
Ao final do livro um dos personagens pergunta: Porque foi que cegamos? O outro responde: Penso que não cegamos, penso que estamos cegos. Cegos que vêm, cegos que, vendo, não vêem.
A partir dai comecei a observar ao meu redor.
Apesar do pânico que ando sentindo, diante de tantas notícias trágicas todos os dias, achei importante escrever este artigo para que possamos refletir melhor. Como estamos suscetíveis a todo tipo de acontecimento (bom ou ruim para nós), precisamos a cada momento apreciar e valorizar as coisas boas que a vida nos oferece.
Olhar mais nossa família, aproveitar os bons momentos, acreditar na fidelidade e no amor, ser mais humano, gentil, companheiro e amigo. Ser pai, ser mãe. Vamos parar e pensar.
Escrevo este artigo especialmente para o meu marido e companheiro, que no dia de hoje completa mais um ano de vida; para nosso filho; minha família, colegas de trabalho e para os meus grandes amigos.
“Se podes olhar, vê. Se pode ver, repara” - Livro dos Conselhos
No mundo de hoje, todos nós vivemos em constante tensão. A síndrome do medo está tomando conta do cidadão comum no país. Temos medo de andar nas ruas, temos medo de levar nossas crianças ao parque, de sair somente para dar uma voltinha de carro, temos medo de estar trancados em casa, de estar em locais públicos naquele tradicional bate-papo com amigos, ir aos bancos, enfim, medo geral. Quem não tem?
O pior é que muitas vezes, de tão perturbados que ficamos com o stress do nosso dia-a-dia, acabamos por não valorizar pequenas coisas da vida. Ficamos cegos! Vemos, porém não reparamos no que de melhor a vida nos proporciona.
Lembrei-me então do romance de José Saramago, “Ensaio Sobre a Cegueira”. O romance conta a história de pessoas que vivem em uma cidade e aos poucos, tal qual uma endemia, as pessoas vão ficando cegas. A cidade se transforma em um caos. No meio da rua, cruzando semáforos, realizando suas atividades comuns, todos vão cegando.
Os cegos são execrados e enviados para um tipo de asilo. Lá, ficam à mercê da própria sorte. Têm que se virar, tentar pegar sua comida, fazer suas necessidades, localizar seus parentes que também estão cegos, porém perdidos no meio de tantos, uma verdadeira calamidade: pessoas morrem de fome ou esmagadas, dormem no meio de fezes e urina, etc.
Durante todo o livro, as mensagens estão claras através da vivência de cada um que cega. Eles começam a valorizar pequenas coisas da vida que antes não viam. Valorizam a atenção, o amor do próximo, a união, a família, a divisão das coisas, pois se sentem pequenos e discriminados.
Ao final do livro um dos personagens pergunta: Porque foi que cegamos? O outro responde: Penso que não cegamos, penso que estamos cegos. Cegos que vêm, cegos que, vendo, não vêem.
A partir dai comecei a observar ao meu redor.
Apesar do pânico que ando sentindo, diante de tantas notícias trágicas todos os dias, achei importante escrever este artigo para que possamos refletir melhor. Como estamos suscetíveis a todo tipo de acontecimento (bom ou ruim para nós), precisamos a cada momento apreciar e valorizar as coisas boas que a vida nos oferece.
Olhar mais nossa família, aproveitar os bons momentos, acreditar na fidelidade e no amor, ser mais humano, gentil, companheiro e amigo. Ser pai, ser mãe. Vamos parar e pensar.
Escrevo este artigo especialmente para o meu marido e companheiro, que no dia de hoje completa mais um ano de vida; para nosso filho; minha família, colegas de trabalho e para os meus grandes amigos.
“Se podes olhar, vê. Se pode ver, repara” - Livro dos Conselhos