Cristina Barros

Friday, January 26, 2007

Será que teremos que mudar o hino de Rondônia?

“...Aqui toda a vida se engalana

De beleza tropical,

Nossos lagos, nossos rios,

Nossas matas, tudo enfim”


Esse trecho despreendido da última estrofe do (belíssimo) “Hino de Rondônia, sempre foi para mim, e acredito que para tantos outros rondonienses, motivo de orgulho. Só que com o passar do tempo e com o crescimento descontrolado da agropecuária e da exploração extrativista, receio que muito em breve teremos que acrescentar uma outra estrofe nesse tão bucólico e épico hino.

O IBGE divulgou no dia 25 deste mês, que Rondônia tem o maior percentual de área desmatada em relação ao seu território (28,5%). Cita o relatório que “...Até 1978, o percentual sequer chegava a 2%. No geral, as principais causas do desmatamento na Amazônia e, mais especificamente em Rondônia, são o aumento da população, em função da migração estimulada pelo governo; o crescimento da indústria madeireira, aliado à ampliação do número de estradas e rodovias; e as queimadas, que são feitas para o desenvolvimento da pecuária e da agricultura”, cita a matéria.

Nada contra o crescimento econômico. Que fique bem claro. Mas acredito que a exploração dos produtos naturais deve ter controle e conscientização de quem pratica. É preciso pensar no amanhã; desmatar, mas reflorestar; preservar as reservas naturais.

É comum para quem anda pelas estradas do nosso estado, ver o grande número de animais silvestres mortos no meio do caminho. Os pobres bichos tentam fugir das queimadas, alagações ou de seus predadores e acabam ficando pelas estradas.

Os motoristas, inconscientes, acabam por atropelá-los!

Há lugares por onde ando hoje, os mesmos que andava no mínimo há 10 anos, e vejo com tristeza a prática de abusos com a natureza. Margens de rios devastadas para dar lugar ao pasto. Até as crianças do ensino básico hoje sabem que não se pode destruir a mata ciliar.

É o início do fim! Vários artigos científicos e matérias jornalísticas já tentaram e ainda tentam chamar a atenção para a devastação da natureza.

Lamento que meu filho, e tantas outras pessoas amantes da natureza não poderão conhecer os locais que um dia apreciei.

Pensando bem, acho que num futuro bem próximo não teremos apenas que acrescentar uma nove estrofe, mas sim mudar todo o hino de Rondônia no que tange as rimas que os autores citaram quanto os esplendores da nossa natureza.


Vale relembrar o hino:


1. Quando nosso céu se faz moldura,

Para engalanar a natureza,
Nós, os bandeirantes de Rondônia
Nos orgulhamosDe tanta beleza.

2. Como sentinelas avançadas,
Somos destemidos pioneiros,
Que nestas paragens do poente
Gritam com força:
Somos brasileiros!

3. Nesta fronteira de nossa pátria,
Rondônia trabalha febrilmente,
Nas oficinas e nas escolas,
A orquestração que empolga toda gente.
Braços e mentes forjam, cantando,
A apoteose deste rincão,
Que com orgulho exaltaremos,
Enquanto nos palpita o coração.

4. Azul, nosso céu é sempre azul,
Que Deus o mantenha sem rival,
Cristalino, muito puro,
E o conserve sempre assim.
Aqui toda a vida se engalana
De beleza tropical,
Nossos lagos, nossos rios,
Nossas matas, tudo enfim.

Música: José de Mello e Silva
Letra: Joaquim de Araújo Lima

Tuesday, January 09, 2007


***O LIXO DA POPULAÇÃO

Todo ano é a mesma coisa. No inverno amazônico as desculpas dos administradores de Porto Velho se repetem, mudam apenas as pessoas: a culpa é de administrações anteriores, a chuva está atrapalhando os trabalhos das máquinas, vamos esperar o verão. Porém o verão chega... o verão passa e nada!

Agora a novidade é que um secretário do município, afirmou categoricamente em um telejornal local, que a culpa das ruas ficarem alagadas nessa época de chuva é da população, pois o povo joga lixo na rua, nos esgotos e entope os canais.

Mas como a população pode jogar o lixo nas lixeiras públicas, se o lixo não é nem recolhido regularmente?

Como exemplo, a foto acima foi tirada de um bairro que todo ano é atingido pelas águas da enchente do Madeira, no bairro Cai n'Água.

Bem que os cientistas políticos comentam que o povo brasileiro não sabe votar. Para os políticos o povo é apenas um mero número nas urnas, e esse número pode ter seu bilhete vendido.

Exigir cultura, nessa hora senhor secretário, de uma população é muito fácil! Porém a realidade é outra.

Em um país em que existe a má distribuição de renda, em que boa parte da população vive na linha da pobreza ou da mais pura miséria, em que o ensino público é de péssima qualidade, saúde pública, quando há, é prestada por servidores em claro estado de insatisfação e tantas outras desgraças para a humanidade, dizer que a culpa é da população é muito cômodo e uma verdadeira ofensa. Tenha santa paciência!

É preciso fazer o básico: orientar a população intensamente quanto a limpeza; fazer campanhas de massa e cobrar a realização do serviço público; resolver o problema e não ficar dando desculpas ultrapassadas.


Como a população vai jogar o lixo no lixo se o lixo não é recolhido?


***CUIDADO, PAGUE SUA CONTA EM DIA!

As coisas não devem andar muito bem para a Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), cuidado consumidor! Aquelas famílias que tinham o costume de sempre pagar uma conta e deixar outra para o mês seguinte em função do orçamento apertado, estão em maus lençóis.

Agora o corte é imediato, com apenas uma conta em atraso.

O pior é que nem chega mais aviso de cobrança ou de corte. Usou, pagou! Quem pagar em dia terá energia, quem não puder, ficará sem alternativa. Cadê a privatização?

Seria ótimo ter alternativas para comprar energia de outros fornecedores. A concorrência é saudável para o nosso bolso.

Mas fazer o quê? Essa foi a política escolhida pela nação brasileira. Afinal, uma das bandeiras mais defendidas pelo PT foi a não privatização. Agora o jeito é aguentar.